FILHOS

Hoje vi uma reportagem sobre uma invenção japonesa. Robôs que imitam todas as características de um recém nascido, para incentivar os jovens japoneses a terem filhos, por ser o país com o mais baixo índice de natalidade do mundo.

Espera um pouco, como criar um robô com características de uma criança, que coisa maluca é essa? Onde está o instinto paternal do ser humano?

Cada vez mais, os casais optam por ter apenas um filho, ou quem sabe nenhum. Mexer com estabilidade de um casamento onde cada um vive sua vida e divide uma cama a noite e troca-la por choros, fraudas sujas, mamadeira na madrugada, tem sido cada vez mais impossível na sociedade de hoje. Tá bom como está, por que mexer?
O ser humano é um bicho complicado. Colocar no mundo outro ser que irá depender dele por muitos e muitos anos, realmente pira a cabeça de muitos. Mas por que no passado, até pouco tempo atrás digamos, a maternidade era vista como um dom divino, e hoje é nada mais que um empecilho para uma vida sossegada?

Se meus pais pensassem como os casais de hoje, provavelmente eu não estaria aqui escrevendo isso, por que sou o caçula de três. Partos normais, filhos na escola, adolescência, tudo isso era encarado como momentos da vida de um casal que acreditamos se uniram por amor, e criavam uma família, e por isso dedicavam-se a ela, sem medos.

Um bebe robô não expressa aquilo que é mais gratificante num filho, o olhar de amor que ele te dá ao reconhecê-lo, a mãozinha de dedinhos gordos segurando seu dedo, o beijo molhado que a criança agarrada ao seu pescoço insiste em deixar na sua bochecha barbuda no fim do dia, quando chega do trabalho. Por que pensar nos infortúnios da gravidez se o resultado dela é o presente mais lindo que a vida pode dar, aquela coisinha miúda que um dia vai te chamar de pai, mãe. Que vai sentir orgulho de contar na escola que você é o herói dela. Que robô fará isso?

Criar um filho não é fácil, sabemos muito bem o que isso implica na nossa vida. Eu não tenho filhos, ainda. Posso até não vir a tê-los de forma natural, a gente nunca sabe com quem vai casar, se haverá ou não a disposição para uma gravidez, mas a certeza é que mesmo não sendo do meu sangue, filhos eu terei.

A emancipação tão desejada da mulher criou uma geração de meninas entre 20 e 30 anos, que possuem todos os requisitos para o mercado de trabalho, mas poucos para a vida em família. Pensa-se em emprego, carreira, e protela-se a maternidade. Chegar à beira dos 40 anos, e ai pensar em ter filhos, hoje é natural, pelo avanço da medicina, mas o problema nem está aí, está na disposição de gerar e criar um bebê. A medicina mudou, mas a cabeça do ser humano continua ainda devagar. Ouve-se muito a frase, nossa, vai ter filho com essa idade? Vai ser avô não pai.

Se as futuras gerações continuarem a pensar em filhos da forma como vemos hoje, seremos um planeta de velhos, com robôs que choram como recém nascido, cachorros em berços vestidos de babador, ou pior de tudo, sem laços de amor com o próximo, por que convenhamos amar um filho é mudar todo o conceito que se tem sobre o convívio com o outro.
Façamos filhos...rs rs rs...conscientemente.

Abraço a todos.

2 comentários:

Gustavo disse...

Ai caralho!!!!


Que texto!

Genteeeeeeeeeeeeeee!!!!
Rafa, amey, amey, amey!!!!

Quero ter filhos sim e um dia desses estava comentando com um de meus amigos, eu gostaria de ter filhos na idade que eu tenho agora, sei lá.
Quero chegar na idade da minha mãe e ter um filho já com a minha idade.

Eu acredito que isso tudo não tem preço e que convenhamos é bem melhor do que esperar fazer 40 anos para virar pai.

Quero filhos sim e a meta... antes dos 30 rsrs.

E por ser gay, é por isso que ja ate tenho a barriga de aluguel da minha prima rsrs!

Se a medicina avançou, porque a gente não usufrui, certo?


FILHOS sim, GURRAS não!

Bjundaaaaaaaa!

Serginho Tavares disse...

vivemos numa sociedade que filho virou produto