A FRAGIL VIDA DE UM ARTISTA

Não preciso expor em palavras aqui o quanto estou triste pela morte de Amy Winehouse por um motivo: os sentimentos que temos por algumas pessoas são muito particulares, e um fã desenvolve por seu ídolo um amor que outros não entendem.

Um dependente químico é um suicida em potencial, e ele se vai por que alguém segura a arma em sua mão e junto aperta o gatilho. No caso de Amy, perguntou: quem comprava bebidas pra ela, quem fornecia drogas? Se o traficante ia entregar a droga na sua casa, onde estava a família ou a policia que não viam isso?

Alguns dependentes químicos chegam a um estagio de vida onde não podem mais se cuidar, viver sozinhos e precisam de pessoas por perto para vigia-las. Amy morreu sozinha. Estou de luto por ela.

Guardo a imagem bonita dos seus clipes, não a cadavérica mulher tatuada e descabelada que aparecia nos jornais sensacionalistas. Faço o mesmo com outras tantos que admirei um dia. Elis, Tim Maia, Cazuza, Raul Seixas... Não quero saber das mazelas que protagonizaram, quero apenas sorver o talento que eram em vida.

Fico chateado quando vejo as pessoas fazendo piada de humor negro sobre ela. Um mínimo de respeito temos que ter até pelo ser mais abominável que conhecemos. Por que pra tudo existe uma justiça, se não a dos homens, alguma justiça universal, divina, haverá.

Não sou um tipo de pessoa que tem ídolos. Não os cultivo, não tenho paciência pra isso. Poucos são os artistas que admiro ao ponto de me dizer fã. Mesmo assim, não me acotovelo para vê-los. Mas admiro algumas personalidades: Roberto Carlos, Amy, Fernanda Montenegro, Paulo Autran são os que me veem a cabeça, e que digo, os reverencio com admiração por me fazerem acreditar nos seus trabalhos.

Lamento profundamente a morte de Amy, e afirmo mais uma vez que ninguém chega no estado que ela morreu por querer. As pessoas não se deterioram de graça. O vicio é uma doença, a dependência química é um estagio degenerativo do corpo, e da alma.

Que ela tenha a paz que não conseguiu em vida.

Olhando o rosto dessas pessoas, podemos afirmar que são um bando de sem vergonhas, cretinos, que se drogam por safadeza, ou são realmente pessoas doentes?






Abraço a todos e boa semana.

3 comentários:

o Humberto disse...

Eu vou lembrar até da Amy cadavérica, Rafael, porque tudo era ela, tudo era a história dela.

Compartilho cada palavra que você disse e todo esse sentimento de luto.

Quanto às piadinhas e outras besteiras, postei um texto que vai entrar à tarde no blog.

Não há muito mais a dizer. Só esperar mesmo que ela tenha alguma paz, enfim.

Eu sempre adorei a Amy e sempre vou. Porque me baseio em seu trabalho, sua autenticidade, sua coerência e seu talento para isso; e não na cobertura midiática sempre mesquinha que foi feita dela -- e que muito deve ter ajudado pra levá-la ao fim que teve.

grande abraço, meu amigo, boa semana pra você.

Cris Medeiros disse...

Faço minha as suas palavras e a do Humberto que comentou também.

Desde que soube de sua morte estou numa espécie de ressaca emocional. Já não ando muito bem comigo e essas coisas me fazem questionar ainda mais o sentido de tudo nesse mundo.

Beijocas

Dan disse...

tbem nao sou um cara que tem idolos, mas Amy tinha algo relamente duferente. Tive a sorte de ve-la ao vivo, mesmo que nao em sua melhor forma...
Que ela vá em paz!